O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, cobrou nesta
quarta-feira (24) de reitores de universidades federais a elaboração e adoção
de políticas de acolhimento para estudantes selecionados por meio da nova Lei
de Cotas. Entre as alternativas citadas por ele estão o reforço pedagógico e a
atividade de tutoria.
Durante abertura da reunião plenária do Conselho de Reitores
das Universidades Brasileiras (Crub), Mercadante se referiu à assistência
estudantil para alunos beneficiados pelas cotas sociais como um desafio.
Segundo ele, a pasta também estuda formas de complementação de renda por meio
de bolsas de estudo. “Se não, não há como assegurar a permanência”, disse.
O ministro garantiu que o governo tem recebido apoio por
parte dos reitores na implementação da Lei de Cotas. “Podemos fazer uma
política que vai, sobretudo, valorizar o ensino médio”, disse. Ele lembrou que,
em 1997, cerca de 0,5% dos 20% mais pobres do país tinham ensino superior
enquanto o índice era de 22% entre os 20% mais ricos.
“Viemos de um passado de educação tardia. Nosso ensino
superior é muito tardio e de difícil acesso para as camadas mais pobres”,
disse. Atualmente, dados do MEC indicam que 4,2% dos 20% mais pobres frequentam
ou frequentaram universidades. Entre os negros, o índice é 20% contra apenas 4%
registrado em 1997. “No entanto, estamos longe de ter um certo equilíbrio”,
completou.
A Lei de Cotas prevê que as universidades públicas federais
e os institutos técnicos federais reservem, no mínimo, 50% das vagas para
estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública,
com distribuição proporcional das vagas entre negros, pardos e indígenas. A lei
determina ainda que metade das vagas reservadas às cotas sociais – ou seja 25%
do total da oferta – sejam preenchidas por alunos que venham de famílias com
renda de até um salário mínimo e meio per capita.
Fonte: Agência Brasil
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