terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Imprensa alternativa “passa o chapéu” para sobreviver

O sucesso do livro “Privataria Tucana” é um bom exemplo de como a imprensa encobre os assuntos que não dizem respeito a seus interesses políticos e econômicos. O livro não entrou nem nos editoriais nem na lista dos mais vendidos da Veja ou O Globo, só para dar dois exemplos.

Por Christiane Marcondes*


redação do Democracy Now
redação do Democracy Now
Na verdade, ele foi varrido do mapa da imprensa hegemônica. Até o limite do possível, claro, até o ponto em que essa “pedra no sapato” incomodou tanto que teve de ser retirada e exposta à demanda e curiosidade pública.

O ano de 2011 foi significativo na quantidade de episódios omitidos pela imprensa. Talvez por ter sido um ano de manifestações espontâneas, de massa, pelas mais diversas causas e em variados e distantes locais do mundo. 

A mobilização não cabia no enquadramento tradicional da mídia conservadora, por isso ficou fora das lentes do seu noticiário. Mas não distante do conhecimento do leitor, graças à atuação energizada da chamada mídia livre, fosse digital, eletrônica ou impressa.

“Ocupar Wall Street” foi um ato que dividiu épocas nesses 12 meses que terminam no próximo dia 31. Amplamente coberto por emissoras de televisão alternativas, as imagens correram o mundo e mostraram a dimensão do movimento, que foi exportado para outras regiões dos Estados Unidos e para outros países. Fez mais: deu luz a outras expressões populares, como a marcha dos indignados na Europa.

“Ocupar” virou um comando de guerrilha, usado para dar visibilidade à causa, para congregar mais manifestantes, para tomar conta de um lugar que, legitimamente, é do cidadão, “o espaço público”.

Wall Street foi abalada pelas reivindicações e atos populares, simbolicamente, o coração econômico do mundo precisou, no mínimo, de uma ponte de safena para recuperar parte da saúde. Até hoje combalida e sem previsão de alta “médica”.

O acesso às informações livres e críticas, no entanto, também entrou em crise, porque toda produção de conteúdo exige recursos financeiros que a banquem. E esses recursos, seguramente, estão nas mãos daqueles que são alvo das críticas da imprensa alternativa.

Se você navegar na rede em busca de portais de notícias que contemplam a verdade ou, pelo menos, se pautam por correntes da esquerda, vai ser recebido logo à entrada de alguns deles com uma mensagem como a abaixo, no Democracy Now:

“Você pode ter certeza de que a nossa cobertura não é paga pelos fabricantes de armas, pelas grandes indústrias farmacêuticas ou as companhias de petróleo, gás e carvão. Precisamos da sua ajuda hoje. Nós só podemos fazer isso (cobrir eventos no mundo inteiro) com a sua ajuda. A sua contribuição de impostos para Democracy Now! hoje é um investimento em jornalismo investigativo verdadeiro”

Na página inicial do WikiLeaks, há mais do que um pedido, há denúncia:

“Fomos forçados a temporariamente parar de publicar documentos enquanto garantimos nossa sobrevivência financeira. Não podemos permitir que corporações financeiras americanas decidam como todo o mundo deve usar seu dinheiro para votar através de doações. Nossas batalhas são caras. E nós precisamos do seu apoio para vencer essa guerra. Doe agora para o WikiLeaks.”

A boa notícia é que o Brasil está atento a essa necessidade e acaba de chegar à pauta do Congresso a proposta de financiamento de mídias alternativas.

Na véspera das férias parlamentares, comissão cria grupo de deputados para discutir formas de sustentação financeira de rádios comunitárias, blogs e portais na internet. Iniciativa é de deputada do PCdoB, Luciana Santos (PE), partido que sofreu com denúncias de desvio ético disparadas pela imprensa tradicional. Denúncias indevidas que já foram desmentidas, importante informar. 

*da redação do Vermelho

Novas regras para financiamento estudantil garantem transferência

Atenção estudante do Ensino Superior. Se você fez empréstimo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), a partir de 14 de janeiro de 2010, e pretende mudar de curso ou faculdade poderá requerer a transferência. As novas regras foram publicadas ontem (26) no Diário Oficial da União.



As novas medidas preveem o desligamento do estudante de um curso ou uma instituição de ensino, que queira se vincular a outra, deve fazê-lo em junho ou dezembro do semestre cursado ou suspenso. A transferência de curso é feita dentro de uma mesma instituição de ensino. Já a transferência de instituição ocorre com ou sem alteração do curso financiado.

Desde o último dia 23, estudantes que recorrerem ao Fies estão dispensados de pagar a taxa de matrícula na faculdade. Até então, os alunos tinham que, primeiro, pagar a matrícula na instituição de ensino para, depois, se inscrever no programa e receber o ressarcimento dos valores pagos.

Com a mudança, o aluno pode se inscrever no SisFies antes de concluir o processo de matrícula. As taxas serão custeadas pelo programa e os valores, incluídos no financiamento. Pela decisão, as instituições de ensino estão proibidas de cobrar a taxa ou mensalidade do estudante beneficiado pelo Fies. Os valores só poderão ser cobrados se o contrato de financiamento não for formalizado com garantia de isenção de juros.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MEC disponibiliza mais de 100 mil vagas em universidades públicas



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Está disponível a partir desta segunda-feira (26) as 108 mil vagas que serão oferecidas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), aos estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. Nele, eles podem saber onde estão as vagas disponíveis para o primeiro semestre de 2012.

Para o próximo ano, as vagas estão distribuídas em 3.327 cursos de 95 Instituições de Ensino Superior (IES) - públicas. São 42 universidades federais, 13 instituições estaduais e 39 institutos federais de educação profissional, além da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, administrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Grande parte delas se concentra no Nordeste e Sudeste, que oferecem 34,66% e 33,09% das vagas, respectivamente. Menos de 5% das vagas estão no Norte; 12,88%, no Centro-Oeste e 14,5%, no Sul.

Já os estados com maior número de instituições são Minas Gerais e Rio de Janeiro. São 15 unidades em cada um. Nenhuma instituição do Distrito Federal aderiu a esta edição do Sisu.
Como concorrer?
Os estudantes interessados em concorrer às vagas deverão acessar o Sisu a partir das 0h do dia 7 de janeiro de 2012 até o dia 12 do mesmo mês. No sistema, o candidato deve escolher duas opções de curso, indicando a sua prioridade. Diariamente, o sistema divulga a nota de corte preliminar de cada curso com base na nota do Enem dos candidatos que pleiteiam as vagas. Durante esse período, o participante pode alterar essas opções se achar que tem mais chances de ser aprovado em outro curso ou instituição.
O resultado da primeira chamada será divulgado no dia 15 de janeiro e a segunda no dia 26 do mesmo mês. Após as duas etapas, caso ainda haja vagas disponíveis, o sistema gera uma lista de espera que será disponibilizadas para as instituições de ensino preencherem as vagas remanescentes. O candidato interessado em participar dessa lista deverá pedir a inclusão entre 26 de janeiro e 1° de fevereiro.
A ferramenta foi criada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2009 para unificar o processo de seleção de universidades públicas e permite ao estudante tentar entrar em diferentes instituições a partir da nota obtida no Enem.
Confira as vagas por instituição, curso e turno disponíveis no Sisu de 2012 aqui
Confira o cronograma do Sisu de 2012 aqui
Abra aqui a página do Sisu
Veja a oferta de vagas no Sisu por estado:
Acre– 240 vagas
Alagoas– 5.805 vagas
Amazonas– 2.722 vagas
Amapá– 160 vagas
Bahia– 5.298 vagas
Ceará– 6.158 vagas
Espírito Santo– 850 vagas
Goiás – 1.561 vagas
Maranhão– 3.238 vagas
Minas Gerais– 11.873 vagas
Mato Grosso do Sul– 6.815 vagas
Mato Grosso– 5.609 vagas
Pará– 995 vagas
Paraíba– 3.699 vagas
Pernambuco– 4.564 vagas
Piauí – 7.049 vagas
Paraná– 4.399 vagas
Rio de Janeiro– 14.137 vagas
Rio Grande do Norte– 1.687 vagas
Rondônia– 16 vagas
Roraima– 419 vagas
Rio Grande do Sul – 1.070 vagas
Santa Catarina– 650 vagas
Sergipe – 145 vagas
São Paulo – 9.064 vagas
Tocantins– 701 vagas
Fonte: Vermelho com Agência Brasil

Após 6 meses de protestos, termina a ocupação da Universidade do Chile

Com o término da ocupação do prédio central da Universidade do Chile, os estudantes de ensino superior encerraram nesta quarta-feira (21) mais de seis meses de mobilizações que exigiam educação pública, gratuita e de qualidade. Os estudantes secundaristas fizeram o mesmo, após desocuparem nesta quarta o emblemático Instituto Nacional, que abrigava 3 mil alunos. Os dois edifícios ficam a duas quadras do Palácio de La Moneda, sede do governo chileno.
Dessa forma, os dirigentes estudantis desconvocaram uma mobilização que estava agendada para esta quinta-feira. A desocupação da Universidade do Chile por parte de cerca de 150 estudantes não esteve isenta de tensão. A FECH (Federação de Estudantes da Universidade do Chile) tinha se comprometido a devolver o prédio nesta quarta-feira.
Enquanto os jovens deixavam o local, dois funcionários de limpeza pública chegaram cedo para limpar e pintar a fachada do edifício. Em menos de duas horas, os muros ficaram limpos das palavras de ordem pichadas.
Além disso, com a ajuda dos estudantes, os funcionários de limpeza tiraram um extenso cartaz preto que estava pendurado na fachada e tiraram o capuz que, durante os protestos, cobria o rosto da estátua do filósofo venezuelano Andrés Bello, um dos inspiradores e criadores da Universidade do Chile, em 1842. A poucos metros dali, o prefeito de Santiago, Pablo Zalaquett, e o reitor da universidade, Jorge Toro, receberam dos estudantes a devolução do prédio do Instituto Nacional.
As mobilizações começaram em meados de maio para exigir que o governo central voltasse a administrar a educação primária e secundária, que proibisse o lucro de instituições educacionais privadas e que se garantisse na Constituição o direito a uma educação pública e de qualidade.
No entanto, o atual presidente da FECH, Gabriel Boric, assinalou na segunda-feira passada que, no ano que vem, os estudantes retomarão as mobilizações estudantis. Segundo ele, é preciso enfrentar o governo intransigente, "que não está disposto a mudar sua visão de educação".
Com informações da EFE