Os resultados da Prova São Paulo 2011, de alunos da rede
municipal de educação paulistana, ainda não foram divulgados pela gestão
Gilberto Kassab (PSD). De acordo com matéria publicada na Folha de S. Paulo
desta quarta-feira (24), os dados devem apontar para uma queda acentuada nas
médias dos alunos do terceiro e quarto anos do ensino fundamental em relação a
2010. O vice na chapa de Serra, Alexandre Schneider era o secretário municipal
da Educação até abril deste ano.
Outro resultado que deve aparecer é uma melhora no nono. De
acordo ainda com a matéria, os resultados foram considerados inesperados e um
consultor externo foi chamado para ajudar a analisar a situação. Ele começou a
trabalhar apenas no mês passado e entregará o relatório após as eleições municipais.
Além de não ser possível avaliar a tempo a administração de
Kassab, que apoia o tucano José Serra, educadores apontam outro prejuízo: a
dificuldade de moldar e monitorar as políticas na área, pois os dados
disponíveis já estão defasados.
A Secretaria da Educação afirma que a variação nos
resultados ocorreu devido a diferenças metodológicas aplicadas pelas empresas
responsáveis pelo exame, escolhidas por licitação (Cespe em 2010 e Avalia em
2011).
A pasta diz que o problema foi no momento de definir a média
da rede. E nega que a eleição tenha influenciado. No entanto, não houve
qualquer explicação pública sobre o porquê do atraso e ela só foi dada após
questionamento à secretaria da reportagem.
"Como não divulgam antes esse problema? Levanta suspeitas.
É um desgaste para as avaliações externas", disse o professor da Faculdade
de Educação da USP Ocimar Alavarse, que trabalhou na concepção da prova.
Aplicada aos alunos em novembro passado, a edição de 2011 da
Prova São Paulo custou cerca de R$ 6 milhões.
O exame foi criado em 2007. Exceto a edição 2011, os
resultados foram divulgados entre fevereiro e abril do ano seguinte à aplicação
da prova.
"A avaliação já mostra situação passada. Se ainda
atrasa, distancia o resultado da realidade", disse a diretora-executiva da
ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz.
Ela afirma que há sistemas educacionais, como o de Toronto
(Canadá), que entregam os resultados nove semanas após a aplicação da prova.
Desde março, as escolas municipais tiveram acesso aos
resultados individuais, pois não há suspeita de erro nessas notas. O problema é
que uma das formas de analisar o desempenho delas é compará-lo com a média da
rede -que está sob análise.
O que chamou a atenção da secretaria foi a queda de mais de
10 pontos em português e matemática dos alunos do terceiro e quarto anos
(escala de 0 a 500). Eles eram os que mais vinham melhorando, de acordo com a
administração pública. Já os do nono melhoraram entre 10 e 13 pontos. E eles
vinham piorando até então.
Com Folha de S. Paulo
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