quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Kassab esconde resultados de avaliação educacional de 2011


Os resultados da Prova São Paulo 2011, de alunos da rede municipal de educação paulistana, ainda não foram divulgados pela gestão Gilberto Kassab (PSD). De acordo com matéria publicada na Folha de S. Paulo desta quarta-feira (24), os dados devem apontar para uma queda acentuada nas médias dos alunos do terceiro e quarto anos do ensino fundamental em relação a 2010. O vice na chapa de Serra, Alexandre Schneider era o secretário municipal da Educação até abril deste ano.

Outro resultado que deve aparecer é uma melhora no nono. De acordo ainda com a matéria, os resultados foram considerados inesperados e um consultor externo foi chamado para ajudar a analisar a situação. Ele começou a trabalhar apenas no mês passado e entregará o relatório após as eleições municipais.

Além de não ser possível avaliar a tempo a administração de Kassab, que apoia o tucano José Serra, educadores apontam outro prejuízo: a dificuldade de moldar e monitorar as políticas na área, pois os dados disponíveis já estão defasados.

A Secretaria da Educação afirma que a variação nos resultados ocorreu devido a diferenças metodológicas aplicadas pelas empresas responsáveis pelo exame, escolhidas por licitação (Cespe em 2010 e Avalia em 2011).

A pasta diz que o problema foi no momento de definir a média da rede. E nega que a eleição tenha influenciado. No entanto, não houve qualquer explicação pública sobre o porquê do atraso e ela só foi dada após questionamento à secretaria da reportagem.

"Como não divulgam antes esse problema? Levanta suspeitas. É um desgaste para as avaliações externas", disse o professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavarse, que trabalhou na concepção da prova.

Aplicada aos alunos em novembro passado, a edição de 2011 da Prova São Paulo custou cerca de R$ 6 milhões.

O exame foi criado em 2007. Exceto a edição 2011, os resultados foram divulgados entre fevereiro e abril do ano seguinte à aplicação da prova.

"A avaliação já mostra situação passada. Se ainda atrasa, distancia o resultado da realidade", disse a diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Ela afirma que há sistemas educacionais, como o de Toronto (Canadá), que entregam os resultados nove semanas após a aplicação da prova.

Desde março, as escolas municipais tiveram acesso aos resultados individuais, pois não há suspeita de erro nessas notas. O problema é que uma das formas de analisar o desempenho delas é compará-lo com a média da rede -que está sob análise.

O que chamou a atenção da secretaria foi a queda de mais de 10 pontos em português e matemática dos alunos do terceiro e quarto anos (escala de 0 a 500). Eles eram os que mais vinham melhorando, de acordo com a administração pública. Já os do nono melhoraram entre 10 e 13 pontos. E eles vinham piorando até então.

Com Folha de S. Paulo

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