sábado, 2 de julho de 2011

UFRJ acaba com vestibular e anuncia adesão total ao Enem

No dia 30 de junho, o Conselho Universitário da UFRJ decidiu que o acesso aos cursos de graduação da universidade em 2012 será feito exclusivamente pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pelo Sistema de Seleção Unificado (SiSU). Além disso, o percentual de vagas destinadas à ação afirmativa foi ampliado para 30%.

A decisão decorre da percepção majoritária de que o exame nacional é um instrumento mais democrático para que o acesso à UFRJ (e ao ensino superior público como um todo) seja socialmente mais inclusivo do que o tradicional vestibular.

Para o professor Fernando Amorim, representante dos professores associados do Centro de Tecnologia (CT), “o Enem é a possibilidade de termos uma política de Estado para a educação, e não apenas uma política de governo. Temos que olhar o sistema como um todo”, defendeu o professor.

A pró-reitora de Extensão, Laura Tavares, destacou, por sua vez, que o Enem oferece a estudantes de todo país uma prova única e gratuita, em vez do modelo antigo de dezenas de vestibulares elaborados por cada instituição, a título oneroso, acessíveis somente à classe média.

Ampliação da ação afirmativa

No decorrer da sessão, o reitor Aloísio Teixeira abriu mão da proposta original da Reitoria, de manter o percentual de vagas, destinadas à ação afirmativa, em 20% em favor da proposta feita por Marcelo Paixão, representante dos professores adjuntos do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), de ampliar a cota para 30%, já para o ano de 2012,e manter o debate para a sua progressiva ampliação.

A proposta de Paixão também recebeu adesões dos estudantes que pleiteavam que metade das vagas fosse destinada às ações afirmativas, e foi aprovada por vasta maioria.

Os conselheiros não obtiveram a mesma sintonia na votação seguinte. Quatorze conselheiros defenderam que o critério para ação afirmativa deveria ser somente a renda familiar per capita de até um salário-mínimo, ao passo que outros quatorze conselheiros votaram a favor da proposta original da Reitoria, de combinar esse critério com a exigência de que os beneficiários tenham cursado todo ensino médio na rede pública estadual. Coube ao reitor o voto de Minerva em favor da combinação de ambos os critérios.

Assim, o acesso aos cursos de graduação da UFRJ para 2012 será feito pelo Enem/SiSU e 30% das vagas serão destinadas a estudantes da rede pública estadual, cuja renda familiar per capita não exceda um salário-mínimo.

Informações da UFRJ

quarta-feira, 29 de junho de 2011

PNBL Já! Universalização do acesso a rede e aos equipamentos de informática já!

Hoje no Jornal da Tarde - JT, resumão do jornal "O Estado", no seu espaço dedicado a Educação entre as três notícias que configuravam sua página duas me chamaram a atenção: 1) Estudantes em sistema de liberdade assistida(L.A) estavam sendo impedidos de cursarem as escolas públicas de São Paulo, na zona sul, por causa de sua condição de L.A.;2) Metade dos alunos não acessa computadores, ou seja, metade dos estudantes brasileiros não tem acesso a internet.
A primeira informação é um caso de resolução bem mais objetiva e consideravelmente fácil, já que basta acionar o Conselho Tutelar e consequentemente este acionar a escola ou até mesmo o juiz da vara da infância. O que fica mal resolvido é educador(no caso diretor) negar vaga para o menor infrator.Já a segunda notícia cai no que os blogueiros "sujos" e os militantes da expansão do direito a informação e tecnologia tanto teclam: avanço no Programa Nacional de Banda Larga - PNBL.
Vimos no 2º BlogProg que o ministro Paulo Bernardo não apresentou avanços, apesar de nessa última semana o PIG ter anunciado que houve acordo entre o Governo e as teles. Temos porém, aí, uma questão que ainda não está resolvida que é o acesso ao equipamento de informática que apesar dos programas governamentais de barateamento dos equipamentos ainda não houve uma grade leva de aquisição.Temos no Brasil 85% dos estudantes, podemos considerar aí, de certa forma, a juventude, sem o acesso a rede.
Nas informações apresentadas pelo JT somos o pior país entre 38 pesquisados pelo PISA na relação aluno - informática.Um país que cresce não pode ser um país desconectado e desinformado. Temos que avançar no acesso aos equipamentos e acesso a rede de forma efetiva e massiva. Os blogueiros progressistas já demonstraram que a rede é uma ferramenta valiosa para democracia e devemos expandi - la.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Educação reduz desigualdade social no Brasil nos últimos dez anos

Estudo da FGV mostra que país é o único dos Brics a diminuir a diferença entre ricos e pobres.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentado na última segunda-feira (27) mostra que o Brasil é o único dos países emergentes do chamado Brics a registrar redução da desigualdade social nos últimos dez anos. A educação é apontada como chave para a melhoria. Considerando-se a renda dos 10% mais pobres do Brasil, houve aumento de 68% no período, o maior crescimento no bloco, que inclui ainda a Rússia, Índia, China e África do Sul. Para os 20% mais pobres do país, apenas os chineses tiveram aumento de renda superior. Do ponto de vista dos mais ricos, a renda nos outros países cresceu mais do que no Brasil.

Segundo o economista Marcelo Neri, responsável pelo levantamento, desde 2003, 50 milhões de brasileiros foram incluídos no mercado consumidor. Isso equivale à população da Espanha. Levando em conta apenas o período de recuperação da crise econômica, após setembro de 2009, 13,3 milhões de brasileiros passaram a integrar as classes A, B e C.

Ainda de acordo com o economista, houve redução de 12% da base da pirâmide social, quer dizer, há menos gente compondo as classes mais pobres. "O que está por trás disso é o aumento da educação e do trabalho formal, a redução da natalidade e o ciclo eleitoral”, sustentou Neri, durante o 1º Fórum do Banco Interamericano (BID) para o Desenvolvimento da Base da Pirâmide na América Latina e Caribe, em São Paulo. A referência aos anos de eleição decorre de uma elevação da renda média da população, segundo o estudo. Além da educação, programas como o Bolsa-família foram citados como parte da mudança na distribuição de renda no país.

Ainda no fórum, o BID anunciou que pretende dobrar o volume de financiamento de investimento para empresas voltadas a melhorar as condições de vida de pessoas das classes C, D e E na América Latina e no Caribe. A preocupação, segundo o colombiano Luis Alberto Moreno, presidente do banco, é que 70% da população recebem atendimento insuficiente em áreas como saúde, educação e moradia.

Segundo Moreno, o financiamento é voltado a empresas privadas, voltadas ao lucro e não a medidas assistenciais ou de caráter filantrópico. As Oportunidades para a Maioria (OMJ, na sigla em inglês) envolvem repasses diretos. A expectativa é que sejam liberados US$ 100 milhões por ano, ritmo mais acelerado do que os US$ 160 milhões acumulados pelo mecanismo desde 2008.

Apenas 24 projetos receberam recursos da iniciativa até agora. No Brasil, de acordo com Luiz Ros, gerente da OMJ, o distribuidor atacadista Tenda recebeu um empréstimo de US$ 10 milhões do BID. A ação previa um programa de crédito a microempresários de baixa renda no setor de serviços alimentícios de São Paulo.

Por Rede Brasil Atual.

Adeus Ministro!

Agora sim! Agora posso escrever dizendo adeus ao ex-ministro da Educação do governo FHC,  economista Paulo Renato de Souza.Agora sim porque o mesmo só foi enterrado ontem, as 10h no cemitério do Morumbi.
Paulo Renato nasceu em 1945 em Porto Alegre onde se formou em economia na Universidade Federal de lá. Entre 1984 e 1986 foi secretário de Educação do então governador Franco Montoro. Entre 86 e 90 foi reitor da UNICAMP, na gestão de Orestes Quércia. Em 1988 ajudou a fundar o partido representante do neoliberalismo no Brasil, o PSDB. Entre 1995 e 2002 ajudou a implantar o modelo neoliberal de educação no Brasil sendo ministro de Educação de FHC. Entre 2009 e 2010 ajudou a avacalhar a educação paulista sendo secretário de educação de José Serra.
Não serei hipócrita e chorar a morte de Paulo Renato, nem serei cruel ao dizer :"ainda bem!mais um se foi!", preferia é claro continuar criticá - lo, ou seja, era bem melhor ele vivo. Mas, esse é um texto de adeus não de criticas.
Adeus ministro que nos ensinou a ver os números de forma critica e nos ensinou o valor da análise qualitativa, toda vez que aparecia com números e gráficos dizendo que a educação estava melhorando. Vale lembrar que Paulo foi o ministro que ampliou quase em 100% o acesso ao ensino fundamental, o acesso, a permanência e qualidade ele deixou para os ministros seguintes.
Adeus ministro que tinha como convicção que Ensino Superior tinha que ser atividade da iniciativa privada. Por isso muita gente terminava o ensino Médio e terminava.Se terminava.
Adeus ministro que criou o FUNDEF e deixou um abismo entre os vários níveis de educação.
Adeus ministro. Não sentiremos saudades.