sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Ferraz de Vasconcelos: Priscila Gambale toma posse e nomeia Cecília Cortez da Cunha Cruz para SME

 Hoje, dia primeiro de janeiro nos mais de cinco mil municípios brasileiros vereadores e prefeitos eleitos em 2020 tomam posse dos seus cargos. Em Ferraz de Vasconcelos não foi diferente: a primeira mulher eleita prefeita foi empossada, Priscila Gambale(PSD).

Em seguida a solenidade de posse do cargo a nova prefeita realizou coletiva de impressa no Paço Municipal e encerrou o mistério em torno dos secretários que auxiliarão na gestão do município. Entre os/as nomeados(as) há nomes conhecidos da política ferrazense como Rose Crossi(PTB) que administrará a cultura, por exemplo.

Já outros nomes não são conhecidos do povo ferrazense e nem daqueles que serão chefiados por tal pessoa. É o caso de Cecília Cortez da Cunha Cruz que a partir de hoje é a secretária municipal de educação.

Cecília Cruz é formada em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas(2017-2020). Desde de junho de 2019 ocupa cargo de Assessora no Gabinete do Secretário Estadual de Educação de São Paulo. Ela substituirá a professora Sônia Regina Fernandes Afonso que assumiu o cargo neste último ano da gestão Zé Biruta(Republicanos). 

A secretária nomeada aparentemente não tem vasta experiência com educação, e no caso mais especifico da educação municipal, com a Educação Básica. Por mais que pesquisamos não encontramos, com exceção do fato de ser assessora do Secretário estadual, trabalhos voltados para e na educação básica .

A nomeada para pasta terá um grande desafio pela frente em 2021: será a responsável pelas tomadas de decisões em decorrência da pandemia de coronavírus, inclusive a de retorno ou não as aulas presenciais. Caso a nova secretária seguir a linha do seu, agora, antigo chefe da pasta estadual da educação, as escolas retornarão com atendimento presencial o quanto antes, mesmo se o Estado estiver na fase vermelha ou laranja. Vale lembrar que Rossieli Soares, secretário estadual de educação, afirmou que quer manter as escolas estaduais abertas mesmo em caso de retrocesso de fase.( leia aqui)

Vamos aguardar as ações da nova prefeita e secretária em relação a área educacional e torcer para serem as mais acertadas possíveis.



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

É possível o retorno das aulas presenciais com segurança sem a vacinação?

 A pergunta que dá título a este artigo é a atual discussão nas redes sociais e mídias virtuais e impressas. E as mídias tradicionais tem dedicado tempo importante para essa discussão com especialistas, comentaristas, políticos, pediatras menos com professores e seus representantes sindicais.

Temos o caso mais evidente de desejo do retorno as aulas  antes da vacinação com o Movimento Escola Aberta organizada por pais de alunos e a "Campanha Lugar de Criança é na Escola" promovida por pediatras. No caso do Movimento escola Aberta há inclusive uma ação judicial acatada pela justiça estadual para que o governo paulista e paulistano apresentem planos de retorno as aulas.

Ainda em SP, o governo estadual já externou sua disposição de retorno as atividades presenciais mesmo na fase vermelha. 

Outro exemplo de campanha em prol do retorno presencial, é o jornal Estado de S. Paulo desse domingo, 27, com editorial intitulado "Reabertura segura das escolas", página A3, que se baseia em documento do "Todos pela Educação" para defender o retorno.

No último dia 23, a rádio CBN dedicou cinquenta minutos para defender o retorno as aulas com dois médicos com a mesma posição( https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/326846/escola-funciona-na-sociedade-como-uma-ambiente-de-.htm), isto é, não teve na discussão participante com posição contrária ao retorno. 

Temos visto também, porém, o aumento dos casos de contaminação e mortes devido ao relaxamento do distanciamento e ações de proteção contra COVID-19. E estranhamente aumenta o número de notícias e discussões sobre o retorno as aulas.

Os principais sindicatos do Estado como APEOESP e Sinpeem defendem o retorno com segurança, que no caso o termo segurança aí é sinônimo de vacinação: https://www.sinpeem.com.br/sites/arquivos/downloads/jornal122020.pdf e http://www.apeoesp.org.br/publicacoes/apeoesp-urgente/n-143-apeoesp-vai-ao-stf-pela-vacinacao-dos-profissionais-da-educacao-na-primeira-etapa/.

Voltando ao governo estadual de SP, estamos vendo nesses últimos dias uma lambada com as fases de ações contra o coronavírus: de 28 até 31 de dezembro fase amarela de 1º até 03 de janeiro fase vermelha.Ou seja, o governo se perdeu no combate ao coronavírus.

Contudo, vale lembrar: são 7.484.285 de casos registrados, 191.139 mortes.

Então, a pergunta do título desse texto continua: É possível o retorno das aulas presenciais com segurança sem a vacinação?



quinta-feira, 30 de julho de 2020

Retorno as aulas presenciais em meio a pandemia é irresponsabilidade do poder público

Não há nenhuma informação sobre a pandemia de COVID - 19 que tem corroborado com um possível retorno de crianças, adolescentes e jovens para as carteiras escolares. Não temos visto nos jornais, pelo menos nos sérios, números que nos dê esperança que o novo coronavírus(não tão novo mais) esteja sendo eliminado ou tão pouco evitado com  mais eficácia.
O que temos visto porém, são números crescendo em relação a casos e a mortes( enquanto escrevo esse texto, o Brasil já atingiu a marca de mais 2 milhões de casos e mais de  90 mil mortes por COVID - 19) e espantosamente cada dia que passa mais pessoas saindo de suas casas e promovendo aglomerações.
Aqueles que não podem ficar em casa, que precisam trabalhar por pertencer ao grupo de atividade essencial ou porque já recebeu autorização para o retorno, sofrem com o transporte, ônibus ou trem, lotados, dia após dia, sem perspectiva nenhuma de conseguir se distanciar do outro nesses veículos.
Felizmente, os cientistas da área da saúde estão avançando na produção de uma vacina que nos livra desse tipo de vírus, entretanto, todas tem previsão para 2021, ou seja, neste ano ainda teremos de conviver com o vírus. Caso a parte é o da Rússia que fez anúncio dee que sua vacina estaria pronto em semanas, todavia, a comunidade científica em geral não tem confiado na eficácia da suposta vacina.
E mesmo assim há pessoas que querem o retorno das aulas ainda este ano para cumprir um período pequeno de dias letivos havendo um risco imenso de contaminação. E entendam, não é só contaminação da comunidade escolar, mas de toda uma rede de pessoas que se mobilizam para fazer a Educação acontecer.
Para que as aulas aconteçam há um fluxo intenso de movimento de pessoas. No prédio escolar, por exemplo, há um número considerável de pessoas que trabalham na escola: inspetores, secretários, agentes de limpeza, merendeiras, gestores e professores.
A partir daí acrescentamos as crianças. Muitas dessas chegam até a escola de transporte escolar, transporte este em sua grande maioria vans, que não são veículos enormes que possibilitam o distanciamento adequado entre os estudantes.Como vamos assegurar o distanciamento nas vans escolares?
Temos ainda a inevitabilidade da aglomeração na porta da escola entre as crianças e pais. Infelizmente o que mais temos visto é que as pessoas não tem respeitado a distância necessária de dois metros. Como vamos evitar isso na porta das escolas?
E o mais complexo de todo esse contexto: como garantir que as crianças no ambiente escolar respeitem todo o protocolo de distanciamento e higienização proposto?
Desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e chegando ao Ensino Médio o que mais temos nas escolas é interação entre as crianças e jovens. Interação essa de forma verbal e também com o toque. Coo evitar que estudantes que estão há mais de quatro meses distantes um dos outros não se abracem num eventual retorno?
Outro questionamento: há uma série de materiais necessários para que funcionários possam trabalhar como: álcool em gel, máscaras, luvas, faceshild. Além de termômetros para aferição das crianças e funcionários antes da entrada na unidade escolar. Esses materiais serão fornecidos na quantidade e no período devido pelo poder público?
Difícil acreditar já que no dia a dia normal da escola falta de papel higiênico a giz, então ser descrente da possibilidade de não ter esses materiais é algo normal entre os profissionais da educação e até mesmo entre os familiares dos estudantes que muitas vezes sofrem com a demora e até mesmo a não entrega de uniformes e materiais escolares.
Então como voltar as aulas presenciais com números de casos e mortes aumentando?
Muitos municípios tem se mobilizado fazendo enquetes, pesquisas e discussões on - line para decidir protocolos de retorno ou se voltam ou não as aulas.Nessa última semana, por exemplo, o secretário de educação do município de SP participou de reuniões com representantes de pais, educadores, funcionários, estudantes e gestores das DRE's da rede paulistana e ouviu o que a grande maioria tem opinado: pelo não ao retorno enquanto não houver uma vacina.
O município de Mauá anunciou ontem, 29, que não retomará as aulas presenciais em 2020. A cidade de Guarulhos tem realizado uma consulta pública no portal da SME sobre possível retorno das aulas. Veja como está a consulta até o momento:

A Associação dos Profissionais e Trabalhadores da Educação do Município de Ferraz de Vasconcelos - ASPEF - lançou um abaixo - assinado on-line que visa o não retorno das aulas presenciais enquanto não houver vacina que imunize a todos. Link: https://www.change.org/p/prefeito-de-ferraz-de-vasconcelos-jos%C3%A9-carlos-chacon-aprendizagens-se-recuperam-vidas-n%C3%A3o-retorno-as-aulas-s%C3%B3-com-vacina
O que estamos vendo é uma tentativa de assassinato coletivo quando pessoas envolvidas com o setor econômico e política buscando o retorno das atividades escolares presenciais. Fazer as crianças e jovens retornarem aos bancos escolares neste momento é um atentado ao futuro do nosso país. Concordamos que os estudantes estão tendo prejuízo, entretanto é um prejuízo reparável, pois ao retornar a escola ações de ensino podem e serão realizadas para que o que não foi aprendido seja aprendido. Só haverá verdadeiro déficit educacional se alunos morrerem. O que deve prevalecer é o respeito a vida. como temos dito: Aprendizagens se recuperam, vidas não!