Nesta sexta - feira, 22, o governador do Estado de São Paulo anunciou o nome do novo secretário das educação para substituir Herman Voorwald, que saiu do cargo em dezembro do ano passado. O escolhido foi o ex - presidente do Tribunal de Justiça de SP(até o fim de 2015), ex- presidente da Academia Paulista de Letras e professor universitário, o desembargador Dr. José Renato Nalini.
Renato Nalini é formado em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da PUC - Campinas e é mestre e doutor em Direito Constitucional pela faculdade de Direito da USP.
O desembargador também faz comentários no Jornal da Cultura, da TV Cultura, emissora da Fundação Padre Anchieta.
Nalini tem um blog, o "Blog do Renato Nalini". Um dos textos do blog trata sobre a valorização do professor na atualidade. Em uma das passagens do texto Dr. José Renato escreve que hoje o professor é considerado " um empregado do aluno que sustenta o equipamento". No mesmo texto datado de 15/10/2015 (dia dos professores) Nalini afirma que no Brasil o professor " é curvado pelo peso das aflições, da ingratidão e da falta de reconhecimento" e termina " que ele (o professor) merece ao menos um sorriso, um carinho, uma palavra de afeto e gratidão".
Verificamos o site da APEOESP e o Blog da presidenta do sindicato Maria Izabel Azeredo Noronha, a Bebel, e ainda não havia nota sobre a escolha. Já no site do CPP(Centro do Professorado Paulista) há apenas a notícia com informações retiradas da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo sem opinião sobre a escolha.
Esse é o novo gestor da Educação paulista que não tem vínculo direto com a educação e nem experiência com a prática educacional que envolve a esfera da SEE/SP, ou seja, não tem experiência com a administração de escolas de EFI, EFII e Ensino Médio e universitários.
Todavia, é imperativo lembrar: continua sendo o governo tucano com o projeto neoliberal de sucateamento da educação.
Abaixo leia o texto de Nalini no seu blog e em seguida trecho de comentário no Jornal da Cultura sobre auxílio moradia de juízes :
"É professor, coitadinho!
Quando D.Pedro I trouxe a Faculdade de Direito para o
Brasil, uma na capital paulista, a velha e sempre nova academia do Largo de São
Francisco, outra em Olinda, equiparou o professor ao desembargador. Com o
passar dos anos, o magistério viu sua remuneração minguar, assim como o seu
número crescer. Hoje o magistério reclama de salário insuficiente. Mas o
salário não é a maior perda. Quanto representa a auto-estima ferida? A falta de
respeito, a ausência de polidez, a desconsideração a que são submetidos tantos
mestres?
Há pouco uma charge era bem eloquente no cotejo da situação
do Magistério há algumas décadas e hoje. Antigamente, se o aluno tivesse uma
nota “vermelha“, era admoestado pelos pais. Eles aplicavam castigos, proibiam o
lazer, impunham uma rápida regeneração da performance. Hoje, se a nota não
corresponde à expectativa do aluno, os pais procuram o colégio, reclamam com o
diretor e enfrentam o professor. Este, em vários nichos de excelência, é
considerado um empregado do aluno que sustenta o equipamento. A relação de
consumo também se estabeleceu na educação privada. Quem paga tem direito a
exigir conduta submissa do prestador de serviço.
E o que dizer dos professores da rede pública, ameaçados e
até agredidos? O desrespeito devotado ao profissional que, em culturas mais
civilizadas é o mais prestigiado na hierarquia, demonstra bem a que nível
chegamos neste pobre Brasil. No Japão, o professor é o único ser dispensado de
se curvar perante o Imperador. Aqui, ele é curvado pelo peso das aflições, da ingratidão
e da falta de reconhecimento. Não se generalize. Ainda há famílias que não
declinaram de educar seus rebentos e transmitem o essencial: a polidez, a boa
formação de berço, aquilo que não se pode exigir da escola. Mas são raras as
que se lembram de que 15 de outubro é dia do professor e que ele merece ao
menos um sorriso, um carinho, uma palavra de afeto e gratidão. Feliz dia
dos professores, meus sofridos colegas!
Fonte: Diário de S. Paulo "
Com informações de: Folha de S. Paulo, www.educacao.sp.gov.br , www.cpp.org.br e renatonalini.wordpress.com
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