Diferentes entidades e organizações não-governamentais estão
fazendo campanhas na internet contra a possível indicação de Aloizio Mercadante
para nomear Cláudia Costin como nova Secretaria de Educação Básica do MEC
substituindo o até então secretário César Callegari que entregou o cargo.
A Presidente da UBES, Manuela Braga assinou abaixo assinado
que contesta a transferência da secretária municipal de Educação do Rio de
Janeiro para o Ministério da Educação. Importantes setores da pedagogia no país
manifestam profunda preocupação com a nomeação de Costin que foi ministra da
Administração no governo Fernando Henrique Cardoso e esteve à frente de funções
ligadas ao desmonte do Estado brasileiro.
No documento de oposição à indicação, Costin, por sua visão
neoliberal e privatizante, vem no sentido contrário à educação que o movimento
secundarista e demais entidades da sociedade defende para o desenvolvimento do
setor no Brasil. Leia aqui a petição.
Para:Ministério da Educação, Sindicatos da Educação, Escolas
Municipais, Estaduais e Federais, Universidades Públicas, Entidades Acadêmicas
A privatização do ensino público, a fragmentação do trabalho
docente, a perda da autonomia dos professores, a submissão estrita aos cânones
neoliberais têm sido implementadas por Cláudia Costin à frente da Secretaria
Municipal da Educação na cidade do Rio de Janeiro.
Seu autoritarismo didático e de conteúdos, prescritos em
cadernos e apostilas, emanado das orientações dos organismos internacionais,
ampliam o abandono da educação básica da grande maioria da população,
historicamente relegada à carência de escolas e, mais recentemente, à
desqualificação da educação nas escolas existentes. Além disso, no Rio de
Janeiro, professores, gestores e funcionários têm sido alvo de aliciação
pecuniária, os bônus financeiros, através de remuneração extraordinária pelo
desempenho dos alunos, traduzido em um percentual de aprovação de alunos nas
turmas e no conjunto da unidade escolar, como compensação aos baixos salários.
Não por caso, quando ministra da Administração Federal e
Reforma do Estado no governo FHC, foi uma das responsáveis pela idealização e
implementação do desmonte do Estado, incluindo-se aí as privatizações ou a
venda do país e a quebra da estabilidade dos servidores públicos.
Se confirmada Cláudia Costin à frente da Secretaria de
Educação Básica, é esperada a descaracterização da educação fundamental e média
com o apagamento do professor e do aluno como sujeitos históricos. Costin faz
parte de um grupo de intelectuais que segue a férrea doutrina do mercado, onde
tudo vira capital, inclusive as pessoas. Não mais a educação básica, direito
social e subjetivo, mas escola fábrica de capital humano. Uma versão bastarda
do ideário republicano de escola, como a define Luiz Gonzaga Belluzzo, em
brilhante texto na Carta Capital de 29.08.2012. Esta visão bastarda de educação
objetiva apagar qualquer senso crítico dos alunos. Trata-se de transformar,
para Belluzzo, recorrendo a Marshall Berman, a ação humana em repetições
rançosas de papéis pré-fabricados, reduzindo os homens a indivíduos médios,
reproduções de tipos ideais que incorporam todos os traços e qualidades de que
se nutrem as comunidades ilusórias.
Delegar à administradora esse setor vital da educação
brasileira é declinar de todos os embates e propostas da educação para ter uma
política própria de educação básica como formação humana, em favor do
tecnicismo e da intervenção de grupos privados no interior das escolas
públicas.
Professores, pesquisadores estudantes e suas entidades
representativas vêm, publicamente, protestar contra o arbítrio economicista,
degradante e mutilador para a educação das gerações de jovens da educação
básica que sua presença na SEB traria à educação básica, não apenas na cidade
do Rio de Janeiro, mas em todo Brasil.
Assinado pela presidente da UBES, Manuela Braga.
Assine o abaixo - assinado: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N32256
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