Centenas de estudantes secundaristas e universitários
chilenos marcharam nesta sexta (12)reivindicando que o orçamento do Estado para
2013 priorize uma educação pública, gratuita e de qualidade.
Somaram-se à manifestação trabalhadores da saúde, pais e
outros setores sociais em defesa das reivindicações dos estudantes, que buscam
com suas mobilizações garantir o ensino para todos.
No final, a marcha foi dispersada pela polícia, Carabineros,
com carros que lançavam água e gases lacrimogênicos contra grupos de jovens,
que lançaram pedras contra as forças de choques e os carros de combate da
polícia.
"Esse movimento segue de pé, e vamos dizer de forma
muito clara a esse governo, e a todos que fizeram negócios com nossos direitos,
que não vamos permití-lo nunca mais", expressou aos manifestantes no final
da marcha o presidente da Confederação dos Estudantes do Chile, Gabriel Boric.
O dirigente disse que uma onda de estudantes, uma onda de
cidadãos, uma onda de povo quer se rebelar contra os líderes que roubaram o
país para si, e prometeu que o movimento vai ser inquebrantável, sem se deter.
"E que o governo fique sabendo, que a classe política
fique sabendo", enfatizou Boric.
Os manifestantes portavam cartazes exigindo que as
autoridades destinem a maioria dos fundos do orçamento de educação ao ensino
público, e não à privada nem aos colégios particulares subsidiados.
"Abaixo o lucro na educação", "Não mais
negócio com a educação", reclamavam alguns dos cartazes, diante da
discussão do projeto de orçamento do Estado para 2013, que está nas mãos do
Parlamento.
Segundo denunciaram líderes estudantis, é de se esperar que
após as eleições municipais do final de outubro muitos colégios públicos sejam
fechados ao não receberem os fundos necessários para continuar funcionando.
Noam Titellman, presidente da Federação de Estudantes da
Universidade Católica, comentou antes da marcha que é hora de uma mudança de
paradigma, de proporem seriamente a necessidade de financiar a educação
pública, tanto no nível da educação superior como no nível da educação escolar,
mas sobretudo dessa última.
O dirigente ressaltou que o Chile conta com apenas 40 por
cento dos alunos da educação escolar em escolas púiblicas, muito por abaixo dos
padrões internacionais, o que causa um profundo impacto na sociedade.
Representantes da Mesa Social de Saúde se solidarizaram com
as reivindicações estudantis, que na opinião de Gabriela Farías, presidenta da
Federação de Profissionais do setor, "o Governo não foi capaz de
resolver".
Farías assinalou que a educação e a saúde são direitos
sociais essenciais que não devem ser atacados por nenhum governo, e fez um
chamado aos cidadãos a saírem às rua para defendê-los.
Há poucos dias o presidente Sebastián Piñera apresentou os
principais valores do projeto de orçamento do Estado para 2013, entre eles um
aumento de 1,2 bilhão de dólares na educação.
A verba total destinada a essa esfera será de 12,8 bilhões
de dólares, o que inclui os recursos gerados pela recente aprovada reforma
tributária, fórmula que também recebeu fortes críticas de diversos setores
sociais, ao a considerar um incentivo aos colégios privados subsidiados, e não
aos públicos.
Fonte: Prensa Latina
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