Hoje, 30/05, o Sindicato dos trabalhadores da Educação de Poá - SINTEP, realizou paralisação com Assembleia Geral para discutir o estado de greve declarado durante a Greve Geral de 28 de Abril, com o mote de reajuste salarial, reestruturação do plano de carreira, implantação de convênio médico e outras reivindicações. Entretanto, servidores e sindicalistas foram pegos de surpresa por uma artimanha do executivo municipal que recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo para tentar evitar a paralisação e possível greve. Veja o teor da liminar:
É curioso como governos antidemocráticos tentam inviabilizar o processo de liberdade de expressão dos movimentos sociais e da classe trabalhadora. As alegações apresentadas pela prefeitura são um escárnio à democracia:
- Diz que o SINTEP está "inabilitado para representar pois não possui a carta sindical": é engraçado tal argumento pois até pouco tempo, exatamente, dia 28 de Abril o mesmo executivo recebia e discutia no gabinete do prefeito as reivindicações dos trabalhadores da Educação;
- Alega que "os professores são representados pelo SINEDUC": estranho algum professor de Poá ou outro trabalhador da educação poaense ser representado por um sindicato de profissionais de Ribeirão Pires. Tal situação é bem explicita no site do sindicato http://sineducdigital.com.br/ que em todas as suas postagens fazem referências aos trabalhadores do município de Ribeirão Pires, inclusive em uma das mais recentes de 26 de Maio:
- Imposto Sindical: outra referência da argumentação da Prefeitura de Poá é que o referido Sindicato faz o recolhimento do imposto sindical, a questão é: como o SINEDUC que não tem representatividade e associados no município recolhe o imposto sindical? Como o SINEDUC recebe o imposto sindical se esta entidade nem aparece no quadro de credores do Portal da Transparência do município na página de "Transferência Recebidas e Cedidas" como, por exemplo, aparecem o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Poá, o SINDSAUDE - Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do estado de SP , a Associação dos Funcionários da Secretaria de Segurança de Poá e a Federação dos Servidores Públicos de SP? Seria prevaricação?
Entretanto, apesar do ataque por via de ordem judicial que declara que deverá ter 85% dos trabalhadores em serviço e o risco de multa, a paralisação ocorreu bem como manifestação na Câmara dos Vereadores de Poá que abriu espaço para que um dos representantes do sindicato , o Professor Franklin, pudesse expor a situação dos servidores.
Trabalhadores da Educação de Poá em manifestação na Câmara. |
Trabalhadores da Educação de Poá em manifestação na Câmara. |
Trabalhadores da Educação de Poá em manifestação na Câmara. |
Após participação na sessão da Câmara os servidores foram para a rua José Calil, em frente a casa legislativa realizar Assembleia Geral para decidir o rumo do movimento. Lá decidiram por interromper o movimento até reunião de conciliação marcada pelo TJ/SP para o dia 05 de Junho como determinado na sentença já citada.
É importante deixar registrado, que o SINTEP cumpre um papel muito importante nesse momento na Região do Alto Tietê, já que os servidores públicos sofrem revés neste período de dissídio - cabe lembrar que Ferraz de Vasconcelos também não viabilizou reajuste de servidores apesar de prefeitos, secretários e vereadores sim - quando a maioria dos municípios da Região não concedem reajuste ou o fazem em valor menor do que a inflação do período, como Suzano que dividiu o reajuste em três vezes após de forma violenta reprimir movimento grevista.
Fotos : L. M. Silva
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