Desde que chegou ao poder por meio de um processo de
impeachment sem fundamentos legais, Michel Temer vem desconstruindo as
políticas educacionais que promoveram a inclusão de milhares de jovens nos
últimos anos. Com o falso argumento de que "as ações são necessários para
enfrentar a crise", o Ministério da Educação (MEC) encerra programas,
exonera funcionários, nomeia empresários do ensino privado e anuncia um corte
de R$ 350 milhões no orçamento das universidades federais.
Listamos algumas ações do interino, que, por meio do seu ministro da Educação,
Mendonça Filho (DEM-PE), promove o desmonte da pasta e retrocessos comparáveis
aos tempos em que Fernando Henrique Cardoso presidia o país. Enumeramos
abaixo algumas ações do governo Temer para falir a educação pública
brasileira:
1- Apoio a grupos de extrema direita
Com a maioria dos movimentos em defesa da educação contrários ao golpe político
que afastou a presidenta Dilma do poder, Mendonça Filho resolveu mostrar a
representatividade do MEC recebendo em seu gabinete o grupo de extrema direita
"Revoltados on Line", que pregam ações de ódio em seu discurso nas
redes e defendem calorosamente a implementação do projeto "Escola sem
Partido" cujo objetivo é punir professores que por ventura venham a
ensinar o que é marxismo em sala de aula.
2- Desrespeito com o movimento educacional
Logo após ouvir seus conselheiros de extrema direita, Mendonça revogou a
nomeação de 12 conselheiros do Conselho Nacional de Educação (CNE), que atuavam
de forma efetiva na construção e avaliação da política nacional de
educação. Movimentos sociais foram ao MEC denunciar a ação ilegítima, mas foram
recebias com truculência no local e ignorados pelo ministro.
3- Sucatear mais ainda as universidades privadas e lucros exorbitantes aos
empresários
Que nome indicar para a secretaria que regulamenta o ensino das universidades
privadas no MEC? Um empresário das universidades privadas, claro. Mendonça
nomeou para Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres)
um dos principais empresários do meio, Maurício Costa Romão, como titular da
pasta. "É A raposa toma conta do galinheiro" denunciou na a
presidenta da UNE, Carina Vitral. Se algum dia houve um fio de esperança na
regulamentação do ensino privado, ela se estancou com essa nomeação. As
universidades privadas continuaram com seus lucros exorbitantes, oferecendo um
serviço sucateado e tratando o estudante como mera mercadoria.
4- Cortes de 350 milhões nas universidades federais
Programa de bolsas, pesquisa, extensão, assistência estudantil, folha de
pagamento em dia, podem estar comprometidos com os cortes promovidos por Temer
na área da educação, que prevê a reducão de 45% em recursos para as 63
universidades federais, um impacto de R$ 350 milhões a menos que o orçamento de
2016. A realidade das universidades pouco se assemelha a um passado recente de
expansão que se consolidou com o programa Reuni, inciativa do governo Lula que
promoveu a expansão de vagas noturnas, construções de novos polos
universitários no interior e a contratação de novos professores e técnicos
administrativos. Reitores alertam que irão passar dificuldades para gerir as
universidades caso o corte seja de fato implementado.
5- O Partido do ministro é contra as cotas
O partido Democratas (DEM), antigo Arena dos tempos de bipartidarismo da
ditadura militar, tem em seu DNA a luta contra as conquistas do povo
brasileiro. O partido ao qual o Ministro Mendonça filho é filiado entrou com
uma ação no STF em 2012 alegando ser inconstitucional a implementação das cotas
raciais. Por unanimidade, a corte votou pela constitucionalidade das cotas. O
próprio ministro disse na ocasião "não é por esse caminho – das cotas
baseadas em raça – que vamos integrar a nossa sociedade”.
6- Queda das bolsas nas universidades
privadas
O ProUni e o Fies são programas fundamentais para o estudante com baixa renda
poder ter acesso ao ensino superior, mas o governo já sinalizou que o
financiamento das bolsas não será a prioridade do governo. Mendonça Filho
declarou que não seriam abertas novas vagas para o ProUni no segundo semestre
de 2016, mas, após repercussão negativa, voltou atrás e as vagas foram
disponibilizadas no segundo semestre, com 4.630 bolsas integrais a menos. No
caso do Fies, o programa sofreu um duro impacto com um corte de 90 mil vagas.
O governo interino segue implementando sua agenda neoliberal nas políticas
educacionais e os planos de atingir as metas do Plano Nacional de Educação se
torna cada vez mais distante, afetando políticas de inclusão social e soberania
nacional. Os órgãos em defesa da educação pública, educadores e movimentos
sociais declararam que seguiram na luta denunciando o retrocesso sem
precedentes na pasta.
FONTE : Do Portal Vermelho
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