domingo, 31 de julho de 2011

Estratégia educacional em SP será definida por instituição bancária

Avaliação de professores e planos pedagógicos ficarão a cargo de Fundação do Banco Itaú.
Insistindo no tratamento mercadológico da Educação e na política de bônus – recentemente encerrada em Nova Iorque -, a Prefeitura de São Paulo anunciou nesta semana a adoção, em 2012, de critérios de avaliação desenvolvidos e posteriormente aplicados pela Fundação Itaú Social, um dos braços ongueiros do Banco Itaú. Denominado Índice de Qualidade da Educação (Indique), esse será o indicador a que os profissionais e os planos pedagógicos de toda a rede de ensino municipal deverão se submeter, com determinações vindas de uma instituição cujo objetivo único é o lucro.Segundo a prefeitura, o Indique irá avaliar o desempenho dos alunos e as notas obtidas nessa avaliação serão a base para quantificar o pagamento dos tais bônus. A justificativa do município é tentar eliminar distorções detectadas na aplicação dessa estratégia, mas a tendência mercantilista e a desvalorização dos profissionais não mudam. Na Educação Infantil, especificamente, o indicador será construído a partir de um questionário respondido pelos pais dos alunos que estão nas creches e Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs). Em ambos os casos, além de entregar o ensino a uma empresa particular, o poder público tira de si a responsabilidade do desenvolvimento de políticas de melhoria contínua no setor. 

Um detalhe, no entanto, não pode passar despercebido nessa parceria estabelecida entre prefeitura e Itaú. Constarão nos formulários do Indique informações sócio-econômicas dos pais de alunos e isso servirá como um rico captador de dados à instituição financeira envolvida no programa, auxiliando-a numa possível venda de serviços bancários mais à frente.
O Itaú vem sendo alvo de protestos da classe de bancários devido ao grande número de demissões ocorridas desde a fusão com o Unibanco. Além disso, funcionários afirmam que as condições de trabalho são desumanas, como a imposição de metas de mais de 150% que causou adoecimentos e espalhou um clima de terror na empresa. Estima-se em 7 mil o número de demitidos pelo banco no último ano, apesar do lucro líquido de R$13 bilhões obtidos em 2010.
http://www.ujs.org.br/site/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1400:estrategia-educacional-em-sp-sera-definida-por-instituicao-bancaria&catid=68:noticias-geral

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