terça-feira, 26 de julho de 2011

Educação e o Neoliberalismo(Capitalismo)

Como vivemos num contexto histórico,politico e econômico caracterizado pelo ideário neoliberal fizemos um estudo, simples, apenas um trabalho de iniciação cientifica, um PIVIC, ma Universidade de Mogi das Cruzes -UMC, com a ideia de verificar o conteúdo das politicas públicas educacionais brasileiras nesse contexto, o neoliberal, e o que essas politicas influenciavam nas condições de trabalho dos professores. Entre outros autores que pesquisamos um foi de grande valor e esclarecimento, o professor Pablo Gentilli da UERJ. O professor Gentilli tem uma  produção interessante e substancial sobre a relação entre o neoliberalismo e a educação. Assim reproduzo o texto "Neoliberalismo e Educação" que achei no seguinte endereço http://www.sismmar.org.br/blog/2010/10/01/neoliberalismo-e-educacao/, acredito que esclarece de forma simples essa relação destruídora que o neoliberalismo tem com a Educação.

Neoliberalismo e Educação

Professor Pablo Gentili
É evidente que o sistema educacional está em crise, nós Professores enfrentamos ela todos os dias e sentimos os seus efeitos em nossa saúde, no rendimento dos educandos, na irritabilidade e agressividade das crianças. As salas de aulas são pequenas para acomodar o grande número de estudantes. Também sabemos listar algumas  resoluções para esses problemas, para tanto, discutimos e buscamos melhoras através de políticas públicas e uma reforma na Lei, no que diz respeito ao número de estudante por faixa etária e série/ano escolar.
Mas, na perspectiva neoliberal, os sistemas educacionais sofrem uma crise de eficiência, eficácia e produtividade devido a incompetência daqueles que trabalham nela e a ineficiência do Estado para gerenciar políticas públicas.
O argumento central na retórica neoliberal consiste em: não faltam escolas, faltam escolas melhores; não faltam professores, faltam professores qualificados; não faltam recursos para financiar as políticas educacionais, ao contrário, falta uma melhor distribuição dos recursos existentes.
Sendo assim, transformar o sistema educacional, na perspectiva neoliberal, se resume em um grande desafio gerencial, em criar estratégias de gestão que garantam a qualidade total, em reformular o perfil dos professores e flexibilizar a oferta educacional. Afinal, a falta de qualidade das instituições escolares se deve a ausência de um mercado educacional, onde a concorrência, seja um pré-requisito para que haja equidade e qualidade no campo educacional.
Nesse sistema escolar neoliberal é possível promover mecanismos que garantem a eficácia e a eficiência dos serviços oferecidos: a competição interna e o desenvolvimento de um sistema de prêmios e castigos com base no mérito e no esforço individual dos atores envolvidos na atividade educacional.
A grande operação do neoliberalismo é transferir a educação da esfera da política para a esfera do mercado, assim deixa seu caráter de direito e passa-se a condição de propriedade.
O conceito de democracia também é deturpado, na retórica neoliberal, para seus intelectuais ela é apenas um sistema político que deve permitir aos indivíduos desenvolver sua capacidade de livre escolha, principalmente dentro da esfera do mercado.
O indivíduo é considerado um proprietário que luta para conquistar/comprar propriedades, mercadorias, sendo a educação uma delas. O modelo de homem neoliberal é o cidadão privatizado, o consumidor.
Como o neoliberalismo privatiza tudo, logo, o fracasso e o êxito social também são privatizados. Os pobres são culpados pela pobreza, os desempregados pelo desemprego, se a maioria não triunfou na vida é porque não soube reconhecer as oportunidades e não houve mérito e esforço individual.
Segundo os neoliberais, a ideologia dos direitos sociais e da cidadania, que coloca todos os cidadãos em igualdade de condições para exigir seus direitos, é falsa. Pois, ela quer dar a todos aquilo que somente deveria ser outorgado àqueles que graças ao mérito e ao esforço individual conquistaram e são consumidores empreendedores.
Precisamos continuar ativos e esperançosos de que essas ideologias possam ser superadas. Devemos continuar lutando, planejando, dialogando com os movimentos sociais, professores, pedagogos, outros profissionais, para que possamos construir um Projeto Político Pedagógico, numa sociedade mais justa e igualitária, onde haja cidadãos, realmente, livres, sujeitos históricos e críticos.
Pablo Gentili é professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

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