Alfabetizar plenamente todas as crianças até a idade de
oito anos, sem exceção, nas 27 unidades federativas. Este é o desafio do
governo federal nos próximos anos. Para cumprir a meta, a presidenta da
República, Dilma Rousseff, acompanhada do ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, lançou nesta quinta-feira, 8, o Pacto Nacional pela Alfabetização
na Idade Certa, em cerimônia no Palácio do Planalto.
"Nós sabemos sem sombra de dúvidas que um
caminho, do ponto de vista de sua perenidade, mais que outros, tem o poder de
assegurar o acesso das pessoas a igualdade de oportunidades: é a educação”,
afirmou a presidenta. “O pacto tem o caráter da urgência das tarefas
inadiáveis. Esse caráter de urgência se soma a um caráter estratégico que temos
sobre uma visão de futuro para o país. Sem o pacto, não teremos igualdade
efetiva no país”, concluiu.
Com investimento inicial de R$ 2,7 bilhões, o
pacto é uma articulação inédita com todos os secretários estaduais de educação
e, até o momento, 5.271 municípios. O pacto envolve aproximadamente 8 milhões
de alunos, nos três primeiros anos do ensino fundamental, distribuídos em 400
mil turmas, de 108 mil escolas da rede pública.
O eixo principal do pacto será a oferta de cursos
de formação continuada para 360 mil professores alfabetizadores, com tutoria
permanente e auxílio de 18 mil orientadores de estudo capacitados em 36
universidades públicas. O MEC também distribuirá mais de 60 milhões de livros
didáticos, além de jogos pedagógicos. O esforço coordenado tem a finalidade de
reverter o atual cenário do país, em que a média nacional de crianças não
alfabetizadas até os oito anos chega a 15,2% – de acordo com dados do Censo
2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A presidenta ainda anunciou que, para 2014, o
governo federal concederá um prêmio de R$ 500 milhões distribuídos entre
professores e escolas que mostrarem mais avanços no processo de alfabetização.
A comissão que avaliará professores e escolas será formada por representantes
do MEC, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e
Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed).
“Este é um objetivo estruturante para a
educação. Eu diria que este desafio que temos pela frente é a raiz de toda a
desigualdade social e regional do nosso país. É o caminho para construirmos um país
mais moderno e desenvolvido, com a igualdade de oportunidades. Sem esses
instrumentos essas crianças não têm condições de se desenvolver”, salientou
Mercadante.
Entre as ações do pacto estão previstas avaliações
diagnósticas contínuas em sala de aula, conduzidas pelos professores. Também
serão aplicadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inep) avaliações anuais aos concluintes do segundo e terceiro anos do ensino
fundamental. “Todas as crianças serão avaliadas aos sete e oito anos, para
sabermos exatamente o que está acontecendo em cada sala de aula, em cada
escola. Com isso, podemos apoiar e superar as dificuldades para que nenhuma
criança fique para trás, naquele canto da sala”, ressaltou o ministro.
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