segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Rolezinhos: Rap do Silva

Li no vermelho texto de Ruy Braga, " Rolezinho: Rosa Parks em Itaquera" fazendo a analogia entre o movimento realizado pela galera da ZL durante os fins de semanas para diversão em shopinngs de SP, com a luta dos direitos civis dos negros estadunidenses iniciado por Parks. Ler e verificar a verossimilhança  das histórias, dos fatos é incrível. 
Braga trabalhou bem, de propósito, e com razão da História passada e a presente. Mas algo veio a minha cabeça, assim que comecei a ler. Lembrei do " Rap do Silva" de Bob Rum, assim como o texto de Ruy  o texto de Rum de já algum bom tempo, acredito que da década de 90, se faz presente no contexto dos rolezinhos, dos fluxos e dos pancadões por aí. E mais do que isso nos leva a reflexão.

RAP DO SILVA - Bob Rum

Todo mundo devia nessa história se ligar
Porque tem muito amigo que vai pro baile dançar
Esquecer os atritos
Deixar a briga pra la
E entender o sentido quando o dj detonar
(solta o rap dj)
Era só mais um silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
Era um domingo de sol
Ele saiu de manhã
Pra jogar seu futebol
Levou uma rosa pra irmã
Deu um beijo nas crianças
Prometeu não demorar
Falou pra sua esposa que ia vir pra almoçar
(Refrão)
Era trabalhador, pegava o trem lotado
E a boa vizinhança era considerado
E todo mundo dizia que era um cara maneiro
Outros o criticavam porque ele era funkeiro
O funk não é modismo
É uma necessidade
É pra calar os gemidos que existem nessa cidade
(Refrão)
E anoitecia ele se preparava
É pra curtir o seu baile
Que em suas veias rolava
Foi com a melhor camisa
Tênis que comprou suado
E bem antes da hora ele já estava arrumado
Se reuniu com a galera
Pegou o bonde lotado
Os seus olhos brilhavam
Ele estava animado
Sua alegria era tanta
Ao ver que tinha chegado
Foi o primeiro a decer
E por alguns foi saudado
Mas naquela triste esquina
Um sujeito apareceu
Com a cara amarrada
Sua mão estava um breu
Carregava um ferro
Em uma de suas mãos
Apertou o gatilho
Sem dar qualquer explicação
E o pobre do nosso amigo
Que foi pro baile curtir
Hoje com sua familia
Ele não irá dormir
(Refrão)
Naquela triste esquina.



A letra é reveladora, na verdade, é real, é revolucionária, é de protesto, é do povão. 
Racismo, higienismo, nazifacismo é o que tem sido a atitude dos empresários e governantes que ao invés do dialogo usam o porrete, usam a bala de revólver. Para os que abominam os rolezinhos, direitos humanos é sinônimo de porrete, é sinônimo de violência contra os moradores da periferia; é sinônimo de FEBEM para juventude negra e periférica...

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